À luz de vela




A mesa, coberta por uma toalha branca de algodão, realçava o colorido das louças ali postas. Um pequeno vaso de flores no centro da mesa indica que ali acontecerá um encontro. Tudo fora preparado para duas pessoas. O romantismo do lugar se completa com as velas acesas, transformando o ambiente numa pintura.
Um pouco afastada, num sofá branco, no canto da sala, a pessoa, que arrumara o lugar, com a delicadeza de quem se ama, escuta de olhos fechados, uma música extremamente suave, enquanto espera sua visita. Está adiantada.

A campainha toca e a porta se abre, os olhos se encaram, as bocas sorriem, os rostos se encostam, os corpos se grudam, os braços se fecham e, ali mesmo, no tapete da sala, dois corpos se fundem.
O jantar acontecera mais tarde, em um prato feito numa bandeja à cama e, por motivos óbvios, fora parar no chão ao lado dela. As velas acabaram, mas a chama da paixão ilumina, por muito tempo, seus corpos aquecidos. Nesse exato momento a campainha toca e, do sofá, levanta quem sonhara. As velas continuavam acesas, nada saíra do lugar, percebendo que tudo não passou de um sonho, ajeita-se e vai atender a porta e, ao abri-la, eles se olham, sorriem, se abraçam e o resto você já sabe.

Paulo Francisco

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